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EXAME - MEDICINA NUCLEAR

Medicina Nuclear

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O que é?

A medicina nuclear é um método de diagnóstico por imagem baseado na captação de isótopos radioativos artificiais ingeridos ou injetados em veia periférica. As imagens são conhecidas como cintilografias ou cintigrafias. Com o advento do PET (Tomografia por Emissão de Pósitrons) as análises do corpo humano são feitas em nível celular.

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Doenças que melhor detecta:

Osteomielite aguda, metástases ósseas, doenças renais, doenças da tireoide, doenças do esôfago, doenças do sistema digestivo, doenças hepáticas, doenças pulmonares, hidrocefalia, fístulas liquóricas, derivações ventrículo-peritoniais, lesão cerebral superficial, doença de Alzheimer, epilepsia, isquemia cerebral, cânceres de cabeça/pescoço/rim/pulmão, linfomas e melanomas.

 

PET-CT

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Um breve histórico do Exame PET

Os conceitos de tomografia por emissão e transmissão remontam aos anos 50, quando os médicos David Kuhl e Roy Edwards construíram, na Universidade da Pensilvânia, equipamentos para mapear a distribuição de radionuclídeos no organismo. Esses instrumentos eram capazes de fotografar a radiação proveniente de elementos emissores de fótons; formavam apenas imagens do cérebro e estavam limitados a identificar um pequeno conjunto de anomalias, como tumores cerebrais e derrames.

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No início dos anos 70, Louis Sokoloff e Martin Reivich mostraram que a desóxi-glicose marcada com carbono-14 era capaz de mapear o metabolismo cerebral e que era uma excelente opção para o mapeamento da atividade metabólica do cérebro e de outros órgãos. No final de 1973 percebeu-se que o flúor-18, devido à sua meia-vida de 11 minutos e sua radiação gama de 511keV, permitiria obter imagens em seres humanos. Em 1975, a desóxi-glicose marcado com flúor-18 – [F18]FDG – foi sintetizada, e os primeiros testes com dois voluntários saudáveis foram feitos em 1976. A qualidade da imagem não era ideal, mas os resultados foram gratificantes.

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Em paralelo, às iniciativas da Universidade da Pensilvânia, pesquisadores da Universidade de Washington, sob a direção de Michel Terpogossian, construíram o primeiro PET Scanner – tomógrafo por emissão de pósitrons – projetado para uso em humanos.

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Em meados de 1976, o grupo liderado por David Kuhl na UCLA dedicou-se à exploração de aplicações clínicas das imagens PET, principalmente na avaliação de desordens do sistema nervoso central. Isto foi possível porque a UCLA era uma das poucas universidades que dispunham de um cíclotron dedicado à produção de radioisótopos para uso médico. No mesmo período, um PET scanner foi instalado no Brookhaven National Laboratory, de Nova Iorque, e logo vieram outros para as Universidades de Michigan, Johns Hopkins e de Washington.

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Baseados na observação de que células malignas utilizam glicose em detrimento de outros substratos, feita pelo Dr. Otto Warburg, prêmio Nobel de Medicina nos anos 30, pesquisadores do Brookhaven National Laboratory demonstraram a alta captação de FDG em tumores de animais e – pela primeira vez – cientistas do National Institutes of Health usaram o FDG para investigar a atividade metabólica de tumores cerebrais em humanos, usando as informações para o diagnóstico e o posterior tratamento da doença. Demonstrou-se que o grau de captação de FDG tinha correlação com o estágio do tumor e que o PET era capaz de fazer a diferenciação entre recidiva tumoral e necrose. Desde a metade da década de 80, o PET é utilizado em exames cerebrais para investigação de tecidos malignos recidivantes.

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Ainda nos anos 80, o desempenho das imagens PET de corpo inteiro foi melhorado e, no início dos anos 90, sua aplicação como modalidade diagnóstica passou a ser reconhecida. O único inconveniente está nos radiofármacos, que, devido à meia-vida curta dos emissores de pósitrons, como o flúor-18, que tem sua atividade radioativa reduzida à metade a cada uma hora e cinquenta minutos, devem ser produzidos próximo ao local de aplicação. Um cíclotron, acelerador de partículas usado para produzir radioisótopos, e seus acessórios são instrumentos complexos que requerem boa dose de investimentos e profissionais especializados.

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A proliferação de centros produtores de FDG só foi acontecer em meados da década de 1990 nos Estados Unidos e em boa parte do mundo. No caso do Brasil, a produção de radioisótopos ainda acontece em poucos lugares - caso do Instituto de Engenharia Nuclear (IEN), no Rio de Janeiro e do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), em São Paulo. Projetos ambiciosos estão sendo estudados em outros pólos médicos como Recife, Porto Alegre e Belo Horizonte. Pelo mundo afora, os obstáculos para o crescimento da tomografia por emissão de pósitrons estão sendo ultrapassados. Os estudos com PET são alternativas economicamente viáveis e eficientes no diagnóstico e tratamento do câncer e de outras moléstias; ferramentas poderosas para o gerenciamento de doenças; fundamentais nas decisões corretas e precoces, na redução de riscos cirúrgicos, tratamentos intensivos e longas convalescenças; um instrumento promissor na saga da Medicina pelo predomínio da prevenção sobre o remédio.

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O mais recente lançamento da área de Medicina Nuclear é o PET/CT que une o equipamento de Tomografia Computadorizada com o aparelho de Tomografia por Emissão de Pósitrons. O seu exame combina imagens anatômicas e metabólicas com rapidez e precisão para aplicar o tratamento mais adequado na luta contra o câncer. A fusão de imagens possibilita a localização precisa de uma lesão de modo não invasivo.

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Em Oncologia, é usado para o diagnóstico precoce, estadiamento e avaliação da resposta terapêutica de diversos tumores malignos primários e metastáticos de pequenas dimensões, tais como melanomas malignos, linfomas, sarcomas e carcinomas de pulmão, de cólon e reto, de mama, de útero, de ovário, de cabeça e pescoço, de esôfago, de estômago, de próstata, de rim e de pâncreas, entre outros. O PET/CT representa um novo padrão de imagens para a escolha da melhor forma de conduzir os pacientes oncológicos. Em Cardiologia, o equipamento é usado na detecção do miocárdio viável ou hibernante, fundamental para justificar intervenções que impeçam novos infartos. As imagens obtidas com o FDG-18 F(flúor-desoxiglicose) são consideradas o padrão-ouro para detecção de miocárdio viável.

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Em Neurologia, há diversas aplicações, mas o seu uso principal ocorre em casos de epilepsia e demências.

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Fonte: Sociedade Brasileira de Biologia, Medicina Nuclear e Imagem Molecular

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